terça-feira, 12 de outubro de 2021

Business, a arte de estar ocupado

 


“Business” em inglês significa negócio. É comum a pergunta “What business are you in?” para saber qual área ou profissão a pessoa trabalha.


Esses dias li um interessante desmembramento da palavra: business = busy + ness. Busy significa “ocupado”; “ness” é sufixo que tem a função de transformar adjetivos (qualidades) em substantivos abstratos (nomes que indicam qualidade, sentimento ou estado): - happiness (felicidade), - thankfulness (agradecimento), - attractiveness (atrativo).


Resolvi gerar minha própria tradução de business para “a arte de estar ocupado”. Afinal de contas, certamente já lhe perguntaram “o que você faz?”, pelo que você respondeu “sou …. (médico, engenheiro, artista, etc)”. Provavelmente você respondeu o que queriam saber, mas não literalmente à pergunta. Tenho certeza que você faz muito mais do que trabalhar.


Nossa sociedade desenvolveu a necessidade de estar busy através do trabalho, o que acho uma ótima possibilidade. Uma mente vazia tende a criar problemas imaginários, sofrer por antecipação, esperar coisas e eventos que nunca chegam, criar altas expectativas que levam a frustração, dentre outros males que podem até desencadear doenças mentais.


Confesso que já fui um Fire mais xiita, achando que a felicidade plena só vem com a libertação do trabalho (executando ele só quando desejado), porém hoje percebo que o trabalho pode ser uma motivação para muitos ou mesmo a realização de um desejo de se manter ocupado – e ainda ganhar dinheiro com essa ocupação.


Acabamos associando sempre o trabalho ao dinheiro, tanto que sempre adicionamos a palavra “voluntário” quando se trata de um trabalho não remunerado. Por vezes não nos damos conta que cuidar dos filhos, arrumar a casa, ajudar outras pessoas, auxiliar sua comunidade, viajar, etc, é um trabalho; dá pra ficar busy pra caramba só com uma das atividades mencionadas.


A busca pelo dinheiro, por si só, é um business. A galera FIRE consegue dar um passo à frente e, em algum momento, encerrar essa busca louca por grana, a famosa saída da corrida dos ratos. Creio que devamos pensar mais no nosso business após a IF.


Todos precisamos estar ocupados com alguma coisa, pareça ela importante ou não aos outros. Meus businesses no momento são viajar pelo Brasil, cuidar da minha família e finalizar meus trabalhos profissionais pendentes desde antes me decretar FIRE (confesso pegar uma coisinha ou outra nova, 99% com horizonte de término curto e bem definido). Acabo priorizando essas atividades nessa exata ordem, de forma que até peço desculpas aos leitores pela escassez de postagens e sumiço do Boteco Fire (que aliás os senhores Thiago Rezende e Gleison podem gravar sem minha presença sempre, deixe-se registrado). Para o ano que vem já tenho outros businesses em mente (um projeto voluntário na minha área de formação, um site de alcance nacional com foco em reciprocidade, focar mais em esportes, aumentar o nível de leitura, dentre outros).


E você, qual seu business?


Abraço